Manutenção corretiva de sistemas elétricos
Publicado em
17 de abril de 2025
A eletricidade é a espinha dorsal da sociedade moderna, essencial para residências, indústrias, hospitais e praticamente todas as atividades econômicas. No entanto, falhas elétricas ainda representam um grande problema, podendo causar prejuízos milionários e até colocar vidas em risco.
Segundo um estudo da International Energy Agency (IEA), interrupções elétricas inesperadas custam às indústrias globais mais de 150 bilhões de dólares por ano em perdas de produtividade. No Brasil, um levantamento da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aponta que, em média, cada consumidor sofreu 11,7 horas de interrupção de energia em 2023, evidenciando a importância da manutenção eficiente dos sistemas elétricos.
A manutenção corretiva ocorre quando uma falha já se manifestou, exigindo reparos emergenciais para restabelecer o funcionamento do sistema. Dependendo do tipo de problema, pode resultar em equipamentos queimados, quedas de energia inesperadas ou até incêndios.
Em empresas, isso significa máquinas paradas, perda de materiais e atrasos na produção. Em hospitais, pode comprometer equipamentos vitais, colocando pacientes em risco.
Diante desse cenário, entender a manutenção corretiva, seus impactos e formas de preveni-la é essencial para garantir a segurança e a continuidade das operações.
O que é a manutenção corretiva?
A manutenção corretiva ocorre quando há falha em um componente elétrico, exigindo uma ação imediata para restaurar a operação. Esse tipo de manutenção pode ser planejado (quando há sinais prévios da falha) ou emergencial (quando ocorre de forma inesperada e exige ação imediata).
- Troca de disjuntores queimados;
- Substituição de fiações danificadas;
- Conserto de painéis elétricos sobrecarregados;
- Reparo de motores elétricos ou geradores.
A correção pode envolver desde pequenos ajustes até a substituição completa de equipamentos, dependendo da gravidade do problema.
Os impactos da manutenção corretiva
Embora a manutenção corretiva seja necessária em algumas situações, sua ocorrência frequente pode trazer prejuízos significativos para empresas, indústrias e residências. Vamos explorar os principais impactos desse tipo de manutenção.
Custos elevados
A manutenção corretiva geralmente tem um custo mais alto do que a manutenção preventiva ou preditiva. Isso acontece porque os reparos emergenciais envolvem:
- Mão de obra especializada de última hora, muitas vezes com tarifas emergenciais;
- Peças de reposição urgentes, que podem ter preços mais altos devido à necessidade imediata;
- Tempo extra de trabalho, especialmente se a falha ocorrer fora do horário comercial.
Além disso, se um equipamento precisar ser substituído por falta de manutenção, o custo pode ser ainda maior.
Paradas de produção e perda de produtividade
Em setores industriais e comerciais, um sistema elétrico inoperante pode interromper toda a produção. Segundo um relatório da Association of Manufacturing Technology (AMT), paradas não planejadas podem reduzir a produtividade em até 20%.
No caso de pequenas empresas, quedas de energia ou falhas em equipamentos elétricos podem significar a perda de um dia inteiro de trabalho, impactando diretamente os lucros. Já em indústrias, máquinas paradas significam desperdício de matéria-prima, atrasos na entrega de produtos e insatisfação de clientes.
Riscos de segurança e acidentes
A falta de manutenção pode resultar em falhas perigosas, como curto-circuitos e superaquecimentos, que podem causar incêndios. No Brasil, de acordo com o Instituto Sprinkler Brasil, cerca de 50% dos incêndios em edifícios comerciais e industriais são causados por falhas elétricas.
Além do risco de incêndio, falhas elétricas também podem causar:
- Choques elétricos em trabalhadores e moradores;
- Explosões em equipamentos sobrecarregados;
- Queima de aparelhos eletrônicos conectados à rede.
Esses riscos podem gerar processos trabalhistas e até danos à reputação da empresa.
Redução da vida útil dos equipamentos
Quando um sistema elétrico opera com falhas frequentes, os componentes sofrem um desgaste acelerado. Equipamentos como motores, geradores e painéis elétricos podem ter sua vida útil reduzida devido a picos de corrente e funcionamento inadequado.
Um motor elétrico que poderia durar 10 anos, por exemplo, pode ter sua vida útil reduzida para 5 anos caso opere sem manutenção preventiva, resultando em custos elevados com substituições constantes.
Impacto ambiental
Falhas elétricas frequentes podem aumentar o desperdício de energia, tornando o sistema menos eficiente. Além disso, equipamentos danificados geram mais resíduos eletrônicos, aumentando o impacto ambiental.
Empresas que não mantêm seus sistemas elétricos em boas condições podem consumir mais energia do que o necessário, resultando em contas de luz mais altas e contribuindo para o desperdício de recursos naturais.
Como reduzir a necessidade de manutenção corretiva?
Para minimizar a ocorrência de falhas inesperadas, é essencial investir em estratégias de prevenção:
- Manutenção preventiva: A realização periódica de inspeções, testes e ajustes ajuda a identificar possíveis problemas antes que se tornem graves;
- Monitoramento de cargas: O uso de sensores e dispositivos inteligentes para monitorar o consumo de energia pode evitar sobrecargas e detectar anomalias no sistema;
- Qualidade dos materiais: Utilizar cabos, disjuntores e equipamentos elétricos certificados e de boa qualidade reduz as chances de falhas prematuras;
- Treinamento de equipes: Capacitar eletricistas e operadores para lidar com sistemas elétricos corretamente ajuda a prevenir falhas causadas por uso inadequado.
Embora a manutenção corretiva seja necessária em algumas situações, sua ocorrência frequente pode trazer prejuízos significativos. Investir em estratégias de manutenção preventiva e preditiva é a melhor forma de garantir um sistema elétrico mais seguro, eficiente e econômico.
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